Extinção ou povoação?

Encontrei nos meus guardados outro dia um material que trouxe a tona um momento passado e incitou-me uma reflexão. Ao participar de um curso no ano de 2005 ouvi algo que inicialmente me deixou pensativo naquele momento e que somente agora retomo. Refiro-me às denominações que as pessoas recebem. Pode parecer estranho, mas isso mesmo. Dessa forma, analisando alguns detalhes e buscando a essência, tomei a liberdade de tecer algumas considerações a respeito. No mundo das organizações ou das empresas, como queiram, é comum ouvirmos os termos colaboradores, funcionários, trabalhadores e também empregados, referindo-se as pessoas que vendem sua mão-de-obra para a empresa e são pagos por isso.
Encontrei então seguinte situação:
Colaborador: Que colabora, aquele que colabora.
Funcionário: Empregado público; aquele que tem emprego permanente e retribuído.
Trabalhador: Que trabalha; laborioso, ativo; aquele que trabalha; empregado, obreiro, operário.
Empregado: Que se empregou; pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste, mediante salário.
E você, está recebendo que tipo de denominação? E quem faz a gestão de pessoal da empresa, qual denominação está utilizando? Já pensou nisso?
Partindo do fato de que o recurso humano da sua empresa é valioso, tais colocações me fazem pensar em um processo mecanicista. Não que seja um problema, mas por onde anda a sensibilidade das pessoas?
Segundo as definições, quem não recebe corretamente o pagamento, ou costuma receber em atraso pode ser um colaborador, pois apenas colabora. Ao operário, ou quem trabalha manualmente, poderia ser chamado de trabalhador. Aos demais que prestam serviço eventualmente, mesmo dependendo do empregador, poderiam ser chamados de empregados.
Parece-me então que as denominações funcionários e trabalhadores são as mais apropriadas.
Quantos detalhes não é? O ser humano é o protagonista do mundo do trabalho, indiscutivelmente. São milhares e milhares de estudos e pesquisas tendo o ser humano como foco, este que no dia-a-dia na maioria das vezes utiliza de sua resiliência. Certamente muitos não se preocupam com as denominações, talvez nem precisassem. E sobre esses recursos humanos que são tão valiosos assim, se não bastassem 10, 12, 14 ou mais horas trabalhadas por dia, ainda precisam enfrentar trânsito e congestionamentos muitas vezes. Sem falar na sua habilidade para driblar as dívidas, os problemas familiares e ainda, chegar ao trabalho com um sorriso no rosto como se estivesse tudo bem. Ou mesmo se depois de exercitar sua habilidade de resiliente que é, ir para casa, brincar com o filho, passear com o cão, preparar o jantar etc. Somos feitos do quê mesmo?
Pense nisso, valorize o ser humano e seja você também valorizado. Forte abraço e bom trabalho.