CRISE: O QUE MUDOU OU ESTÁ MUDANDO?

Há quem diga que o período de crise está passando, e há quem diga que já passou. Algo muito familiar que marcou o início da crise foi a redução do IPI para os veículos zero quilômetro, e a volta desse imposto, teoricamente marcaria o fim da crise. Até onde sabemos, ocorreram muitas mudanças nas empresas, no gerenciamento dos negócios, na produção e tudo mais.
Algumas empresas fecharam as portas, outras tiveram que conter seus gastos e investimentos e outras ainda, aumentaram o quadro de pessoal.
Mas, em tempo de crise onde o cenário se apresentou negativo, as empresas aumentaram seu efetivo?
Por exemplo, para as empresas de TI foram abertas cerca de 40 mil vagas em 2009 e em outros segmentos foi considerável o número de executivos contratados.
Para complementar a informação acima, a OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), grupo formado por 30 das principais economias mundiais divulgou que 15 milhões de empregos desapareceram entre o fim de 2007 e julho de 2009, e que mais 10 milhões deverão ser cortados até o fim do ano que vem.
Enfim, é possível perceber com certa facilidade que os assuntos referentes a crise são muito volúveis, o que faz pensar em aspectos subjetivos do mundo do trabalho quando o assunto é as conseqüências da crise.
Por outro lado entre todas as mudanças ocorridas, a revista Você S/A edição 129 divulgou algo muito interessante, ou seja, a volta da velha guarda para o mercado de trabalho. Temos então a volta dos baby boomers para o mercado de trabalho. Para quem não está familiarizado com o termo, os baby boomers são os profissionais nascidos entre os anos de 1946 e 1964 aproximadamente, são os garotos entre 46 e 63 anos de idade e com experiência suficiente para o cenário atual.
Primeiro temos a geração y, depois a geração x e por último os baby boomers. Essa distinção é empregada pela sociologia e utilizada no mundo organizacional para diferenciar os profissionais em suas épocas.
Os baby boomers estão retornando ao mercado de trabalho e ocupando cargos-chaves, entre eles: gestão na área de RH, projetos e gerências comerciais devido tamanha experiência. Fica a impressão de que um profissional é melhor do que o outro. Não é essa a questão. O que está em jogo é a experiência anterior do baby boomer, que as demais gerações dificilmente viveram, por isso que ganham espaço em um momento tão delicado como em momento de crise.
Para comprovar o retorno dos baby boomers, uma pesquisa americana constatou o retorno de aproximadamente 900.000 pessoas com mais de 55 anos de idade ao mercado de trabalho.
Essa situação me faz pensar que é possível que uma nova crise se instale. Não mais uma crise financeira, mais uma crise de emprego. Bem, se pensarmos dessa forma vamos perceber que a muito tempo há uma crise de emprego, afinal, o mercado de trabalho despeja milhares e milhares de desempregados anualmente e outros milhares são contratados. O que há de errado então?
Uma banalização do termo “crise” ou o uso impensado do seu significado?
Resta dizer para que as gerações x e y se preparem para que em outro momento oportuno, assim como esse, também possam ser lembradas.
Sem crise? Então sucesso e bom trabalho.