A ORGANIZAÇÃO E A IDENTIDADE SUBJETIVA
A relação entre funcionário e
empresa é muito interessante e cheia de mistérios. Muitas pessoas passam a vida
toda numa mesma empresa e nem se dão conta disso. Dedicam décadas a um mesmo
trabalho, a um mesmo time, a um mesmo ambiente de trabalho.
Há muitos relatos interessantes
de funcionários que amam a empresa onde trabalham, como se não existisse outra.
São inteiramente gratos por poderem trabalhar naquela empresa, como se fosse um
favor prestado em mantê-lo no quadro.
Outros ainda iniciam na empresa e
com o passar dos anos o filho também é contratado pela mesma empresa, depois a
esposa ou um irmão. Numa empresa com conceito de familiar este tipo de situação
e bem comum.
Pensando nos dias atuais, esta
característica está mais presente nos chamados baby boomers, reduzindo um pouco
ao chegar na geração X e menos ainda na geração Y. Os baby boomers são de uma
época onde o compromisso era honrado através do “fio de bigode”. Valia mais a
palavra do que um pedaço de papel com uma assinatura. Há quem sinta muita
saudade deste tempo.
As gerações X e Y, subsequentes
aos baby boomers possuem características diferentes. Não há que se falar em
certo ou errado, pois são características individuais e cada geração representa
uma fatia de contribuição para a história do mundo do trabalho. É indiscutível que
cada época tem suas representações correspondentes a cada geração sendo todas muito
importantes.
Para entender melhor sobre tais
características, será necessário um estudo mais aprofundado relacionado às três
gerações, e que não é o foco deste artigo.
Pensando ainda na relação entre funcionário
e empresa, algo mais profundo acontece e que foge às observações dos mais
detalhistas.
Perceba que este envolvimento
cria uma identidade muitas vezes imperceptível, mas as pessoas passam a ser
chamadas por uma relação existente com a empresa onde trabalham.
Em algum momento esta identidade
é criada pelo próprio funcionário. Por exemplo, um funcionário liga para alguém
e se identifica como “fulano da empresa tal”. Neste momento está sendo criada
sua identidade sem que ao menos, conscientemente desejasse ou percebesse, por
outro lado, esse ser humano possui nome e sobrenome. Diga-se de passagem, é
muito agradável ouvir seu próprio nome.
Esta identidade criada dentro da
empresa passa a dar referência à pessoa, permitindo uma conexão direta com a
empresa onde ele trabalha, ou já trabalhou.
Num sentido figurado, seu
sobrenome ou segundo nome passa a ser o nome da empresa. Para alguns, é motivo
de orgulho, para outros não, ainda mais se esta relação não foi boa.
Considerando que a saúde mental
do trabalhador merece cuidados e respeito, a relação entre patrão e empregado
nem sempre é saudável. A relação prazer e sofrimento no trabalho deve ser
discutida sempre, pois sem sombra de dúvidas sentir prazer no trabalho é
saudável e desprazer é uma das causas de adoecimento.
Grande abraço, e bom trabalho.